Apocynaceae

Aspidosperma illustre (Vell.) Kuhlm. & Pirajá

Como citar:

Eduardo Fernandez; Marta Moraes. 2020. Aspidosperma illustre (Apocynaceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

NT

EOO:

263.727,489 Km2

AOO:

88,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do Brasil (Castello et al., 2019), com ocorrência nos estados: ALAGOAS, município de Joaquim Gomes (Schindler s.n.); BAHIA, municípios de Ilhéus (Fiaschi 2708) e Una (Rylands 193); ESPÍRITO SANTO, municípios de Aracruz (Assis 2158), Cachoeiro de Itapemirim (Moreira 74), Colatina (Luz 264), Conceição da Barra (Ribeiro 702), Linhares (Siqueira 652), Santa Teresa (Demuner 87); MINAS GERAIS, municípios de Aimorés (Luz 150), Caratinga (Lopes 810), Montes Claros (Estagiarios LEPV s.n.), Tombos (Mello Barreto 1977), Vargem Alegre (Kuhlmann 19); PERNAMBUCO, municípios de Bonito (Andrade-Lima 70-5687), Brejo da Madre de Deus (Nascimento 484), São Lourenço da mata (Almeida 195); RIO DE JANEIRO, município de São Francisco de Itabapoana (Nascimento 652).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2020
Avaliador: Eduardo Fernandez
Revisor: Marta Moraes
Categoria: NT
Justificativa:

Árvore com até 30 m, endêmica do Brasil (Castello et al., 2019). Foi documentada em Floresta Ombrófila e Floresta Estacional associadas a Mata Atlântica nos estados de Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Pernambuco, Rio de Janeiro. Apresenta distribuição ampla na Mata Atlântica e em partes do Cerrado mineiro, EOO=220126 km², ao menos 20 situações de ameaça, considerando-se os municípios em que foi registrada e é descrita como regenerante e comum em algumas localidades. Entretanto, sabe-se que restam apenas entre 11,4% a 16% da vegetação original da Mata Atlântica, e cerca de 42% da área florestal total é representada por fragmentos menores que 250 ha (Ribeiro et al., 2009). Os municípios em que foi registrada converteram áreas consideráveis de seus territórios em pastagens (Lapig, 2019) e apesar de áreas de coleta da espécie encontrarem-se legalmente protegidas por Unidades de Conservação, existe pressão de corte seletivo pela qualidade de sua madeira (Lorenzi, 2009; Tropical Plants Database, 2019). Diante desse cenário, A. illustre foi considerada Quase Ameaçada (NT) de extinção neste momento, uma vez que extinções locais ocasionadas a partir das ameaças descritas podem levar a declínio contínuo em EOO, AOO, qualidade e extensão do habitat, número de situações de ameaça e potencialmente, no número de indivíduos maduros. Recomendam-se ações de pesquisa (distribuição, números e tendências populacionais) e conservação (Plano de Ação e Plano de Manejo Sustentável) urgentes a fim de se garantir sua perpetuação na natureza, uma vez que a persistência dos vetores de stress descritos podem ampliar seu risco de extinção no futuro.

Último avistamento: 2017
Quantidade de locations: 20
Possivelmente extinta? Não
Severamente fragmentada? Sim

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em: Arch. Jard. Bot. Rio de Janeiro 4: 375 (1925). Popularmente conhecida como pequiá, petiá, quina-de-camamu, guatambu-rosa, guatambu-vermelho, tambu-pequiá (Lorenzi, 2009).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Sim
Detalhes: A espécie apresenta potencial madeireiro para construção de estruturas de acabamentos internos como tacos, tábuas e cabos de ferramentas (Lorenzi, 2009).

População:

Detalhes: Não existem dados sobre a população.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Floresta Estacional Decidual, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial)
Fitofisionomia: Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Estacional Decidual Montana, Floresta Ombrófila Densa
Habitats: 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland Forest, 1.5 Subtropical/Tropical Dry Forest
Detalhes: Árvores de até 17 m de altura (Schindler s.n.), ocorrendo no domínio da Mata Atlântica, em Florestas Decidual, Semidecidual e Ombrófila (Castello et al., 2019).
Referências:
  1. Castello, A.C.D.; Pereira, A.S.S.; Simões, A.O.; Koch, I. Aspidosperma in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB4527>. Acesso em: 04 Dez. 2019

Ameaças (3):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.1 Annual & perennial non-timber crops habitat past,present local high
O município de São Lourenço da Mata (PE), com cerca de 26.210 ha, contém 15% de sua área convertida em plantações de cana-de-açúcar (Lapig, 2018). O município de São Francisco de Itabapoana (RJ), com cerca de 118438 ha, apresenta 19,6% de sua área convertida em cultura de cana-de-açucar (Lapig, 2018).
Referências:
  1. Lapig, 2018. http://maps.Lapig.iesa.ufg.br/Lapig.html (acesso em 04 de outubro 2018).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 2.3 Livestock farming & ranching habitat past,present local high
O município de São Sebastião da Vargem Alegre (MG) com 7363 tem 3216 (44%) de seu território convertidos em pastagem (Lapig, 2019). O município de São Francisco de Itabapoana (RJ), com cerca de 118438 ha, apresenta 23% de sua área convertida em pastagens (Lapig, 2018). O município de Tombos com 28512 ha, tem 62% (17713 ha) de seu território convertido em pastagens (Lapig, 2018). O município de Brejo da Madre de Deus (PE) com 76234 tem 16462 (22%) de seu território convertidos em pastagem (Lapig, 2019). O município de Aracruz (ES) com 142334 ha tem 28462 ha (20%) de seu território convertidos em pastagem (Lapig, 2018).
Referências:
  1. Lapig, 2018. http://maps.Lapig.iesa.ufg.br/Lapig.html (acesso em 31 de agosto 2018).
  2. Lapig, 2019. http://maps.lapig.iesa.ufg.br/lapig.html (acesso em novembro 2019).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 5.3 Logging & wood harvesting locality,occupancy,occurrence past,present local high
O município de Brejo da Madre de Deus com 76234 ha possui 4876 ha que representam 6,39% da Mata Atlântica original do município (SOS Mata Atlântica/INPE - Aqui tem Mata, 2019). O município de Aracruz com 142387 ha possui 15417 ha que representam 10% da Mata Atlântica original do município (SOS Mata Atlântica/INPE - Aqui tem Mata, 2019)
Referências:
  1. O município de Brejo da Madre de Deus com 76234 ha possui 4876 ha que representam 6,39% da Mata Atlântica original do município (SOS Mata Atlântica/INPE - Aqui tem Mata, 2019)

Ações de conservação (2):

Ação Situação
5.1.2 National level needed
A espécie ocorre em um território que será contemplado por Plano de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF pró-espécies: todos contra a extinção: Território Espírito Santo- 33 (ES) e Território Itororó - 35 (BA).
Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
A espécie foi registrada na Área De Proteção Ambiental de Murici (US), Área de Proteção Ambiental Lagoa Encantada (US), Floresta Nacional de Goytacazes (US), Estação Ecológica Estadual de Guaxindiba (PI), Reserva Particular do Patrimônio Natural Mata Estrela (PI).

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
9. Construction/structural materials natural stalk
A espécie apresenta potencial madeireiro para construção de estruturas de acabamentos internos como tacos, tábuas e cabos de ferramentas (Lorenzi, 2009).
Referências:
  1. Lorenzi, H., 2009. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil, vol. 3, São Paulo. Editora Plantarum Ltda.